Você gosta de investimentos isentos de Imposto de Renda? Então veja dicas do CEO da Sparta para não entrar em roubada

22 de agosto de 2024
Inteligência Financeira

Produtos de crédito privado estão se popularizando rapidamente no Brasil, em particular os investimentos isentos de Imposto de Renda (IR).

Mesmo após restrições no início do ano para emissões de papéis como Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRAs) e Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs), são eles que estão liderando as captações de empresas no mercado de capitais.

Assim, na esteira de incentivos como isenção do Imposto de Renda, as captações com CRIs, CRAS e debêntures somaram R$ 338 bilhões no primeiro semestre de 2024.

Isso é mais do que o dobro dos números de um ano antes.

Ou seja, em termos anualizados isso significa quase R$ 700 bilhões, praticamente cinco vezes o montante de 2020.

Mercado de investimento isentos

Porém, uma sucessão de casos ruidosos, incluindo Americanas, Light e calotes de emissores em Fiagros, fundos que investem em CRAs, acendeu o alerta de instituições especializadas no setor.

Uma delas é a Sparta, maior gestora de recursos independente no Brasil especializada em crédito privado de alta qualidade, com cerca de R$ 15 bilhões sob gestão.

Com uma equipe de 14 profissionais dedicados para análise de emissoras desses títulos, a gestora atende desde investidores de varejo, até family offices e fundos de pensão.

E, diante a falta de padronização regulatória sobre quais informações as empresas devem prestar ao público nas emissões de dívida, a Sparta desenvolveu suas próprias métricas para filtrar produtos nos quais entende que vale a pena investir.

Os números falam por si. Em anos anteriores, a gestora aceitava cerca de 80% dos papéis oferecidos. Depois, esse percentual caiu para 1/3.

“Atualmente, investimos em cerca de 20% dos papéis que nos são ofertam”, disse o presidente-executivo da Sparta, Ulisses Nehmi.

À Inteligência Financeira, Nehmi citou algumas pistas que a Sparta considera importantes antes de investir.

Escolha papéis de qualidade

Frequentemente, clientes de plataformas de investimentos são convencidos por assessores a adquirir produtos com base em informações resumidas, como rentabilidade, prazo e frequência dos pagamentos de juros.

Como mostra a imagem abaixo, de uma oferta real de um assessor para um cliente.

Porém, especialistas avaliam que o investidor deve fazer um trabalho mais profundo, procurando saber mais sobre o emissor.

Devem, por exemplo, saber se a empresa publica um relatório trimestral de resultados, que permita ao pública se atualizar sobre sua condição financeira.

Além disso, devem buscar saber qual a nota de crédito atribuída para a emissão por uma agência de classificação de risco.

“Nós só investimos em papéis que tenham nota AAA, AA ou A”, disse Nehmi, explicando que essas são as que indicam melhor qualidade.

É comum títulos que ofereçam rentabilidades muito acima da média terem riscos superiores, o que é traduzido ratings mais baixos.

Confira o prospecto da oferta

Toda oferta pública de valores mobiliários deve ter um prospecto, ou seja, um documento que detalha informações relevantes sobre a empresa e a emissão.

Isso ajuda os investidores a entenderem os riscos potenciais envolvidos na compra do ativos.

Nas ofertas de ações, por exemplo, há uma seção específica no prospecto só para mencionar riscos., sejam econômicos, setoriais ou da empresa.

Já no crédito privado não há uma padronização sobre várias das informações que devem estar no prospecto, nem sobre como devem aparecer lá.

Segundo Nehmi, uma das informações importantes que o investidor deve se atentar diz respeito a questões de resolução de conflitos.

Algumas empresas, por exemplo, definem no estatuto que mudanças nas características da emissão só possam acontecer mediante aval de 80%, 90% dos credores.

Em captações espalhadas para investidores de varejo, esse percentual pode ser muito difícil de alcançar.

Considere investir via fundos

Esta sugestão segue a regra de ouro da cartilha de investimentos de ‘não colocar todos os ovos na mesma cesta’.

Essa recomendação vale especialmente para os investidores que não tenham conhecimento e/ou disposição para acompanhar os emissores mais de perto.

Para o pequeno investidor diversificar, fundo é melhor, disse Nehmi.

Isso porque, ao compor o portfólio com uma cesta diversificada de ativos, os fundos ficam menos vulneráveis a grandes oscilações, que costumas assustar os investidores.

Cuidado com a marcação

Mas se o investidor quiser mesmo comprar papéis diretamente, deve entender que algumas das melhores oportunidades de rentabilidade são aquelas que presenteiam os que têm sangue frio, diz o executivo.

Em outras palavras, feita a lição de casa de escolher os papéis de boa qualidade, o investidor deve se manter focado e não se desesperar quando houver volatilidade .

Isso é especialmente verdadeiro para papéis com prazos mais longos de vencimento.

Em momentos de turbulência, como os que aconteceram em função dos casos Light e Americanas, os preços dos títulos de crédito privado caíram como um todo.

Meses depois, passada a crise, os preços voltaram ao normal. Quem se afobou e se desfez dos papéis perdeu dinheiro.

Compramos na baixa e tivemos bons resultados, disse Nehmi.

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